quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Você e sua Família São os Nossos Convidados Especiais


 “Se conhecêssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa que zelo não teríamos em PARTICIPAR dela”. (Cura d’Ars).
“Cada Hóstia Consagrada é feita para se consumir de Amor em um coração humano”.
São João Maria Vianney, patrono dos párocos:

Oração da Campanha da Fraternidade 2016



Todos somos chamados nesse ano de 2016 a assumir um compromisso com o irmão e com a natureza, por isso a Campanha da Fraternidade Ecumênica traz o tema: ‘ Casa Comum: Nossa Responsabilidade’. O objetivo é promover reflexões e motivar ações para que sociedade e o poder público tenham atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro da “Casa Comum”.
Para que todos se fortaleçam e se inspirem com a proposta da Campanha da Fraternidade, duas orações nortearão os trabalhos: a primeira é a oração da Campanha da Fraternidade Ecumênica e a segunda é a oração do Pai-Nosso em versão Ecumênica.

Deus da vida, da justiça e do amor, Tu fizeste com ternura o nosso planeta, morada de todas as espécies e povos.
Dá-nos assumir, na força da fé e em irmandade ecumênica, a corresponsabilidade na construção de um mundo sustentável e justo, para todos.
No seguimento de Jesus, Com a Alegria do Evangelho e com a opção pelos pobres.
Amém!

Pai Nosso (versão ecumênica)
Pai Nosso que estás nos céus.
Santificado seja o teu nome,
venha a nós o teu reino.
Seja feita a tua vontade,
assim na terra como no céu.
O Pão Nosso de cada dia dá-nos hoje,
perdoa-nos as nossas ofensas,
assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.
E não nos deixeis cair em tentação,
mas livra-nos do mal, pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre.
Amém!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

HINO OFICIAL DA CFE 2016


Letra: José Antonio de Oliveira / Música: Adenor Leonardo Terra
01 – Eis, ó meu povo o tempo favorável
Da conversão que te faz mais feliz;
Da construção de um mundo sustentável,
“Casa Comum” é teu Senhor quem diz:

Refrão:
Quero ver, como fonte o direito a brotar,
A gestar tempo novo: e a justiça,
Qual rio em seu leito, dar mais vida
pra vida do povo.

02 – Eu te carrego sobre as minhas asas
Te fiz a terra com mãos de ternura;
Vem, povo meu, cuidar da nossa casa!
Eu sonho verde, o ar, a água pura.

03 – Te dei um mundo de beleza e cores,
Tu me devolves esgoto e fumaça.
Criei sementes de remédio e flores;
Semeias lixo pelas tuas praças.

04 – Justiça e paz, saúde e amor têm pressa;
Mas, não te esqueças, há uma condição:
O saneamento de um lugar começa
Por sanear o próprio coração.

05 – Eu sonho ver o pobre, o excluído
Sentar-se à mesa da fraternidade;
Governo e povo trabalhando unidos
Na construção da nova sociedade.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

CINZAS DE MISERICÓRDIA

Amanhã (10/02), quarta-feira de Cinzas, começa o importante tempo litúrgico da Quaresma, no qual a Igreja almeja que nos unamos mais intimamente ao Mistério Pascal de Nosso Senhor Jesus Cristo, mistério que inclui sua Paixão, sua morte e sua gloriosa Ressurreição.
Neste Ano Santo da Misericórdia, o Papa Francisco, em sua mensagem para esta Quaresma, toma como modelo Nossa Senhora, “Maria, ícone duma Igreja que evangeliza porque evangelizada. Maria, por ter acolhido a Boa Notícia que Lhe fora dada pelo arcanjo Gabriel, canta profeticamente, no Magnificat, a misericórdia com que Deus A predestinou”.
E o Papa nos pede que “a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus (Misericordiӕ Vultus, 17). Com o apelo à escuta da Palavra de Deus e à iniciativa ‘24 horas para o Senhor’, quis sublinhar a primazia da escuta orante da Palavra, especialmente a palavra profética. Com efeito, a misericórdia de Deus é um anúncio ao mundo; mas cada cristão é chamado a fazer pessoalmente experiência de tal anúncio”.
A História da Salvação é a história da Misericórdia de Deus para com o seu povo: “O mistério da misericórdia divina desvenda-se no decurso da história da aliança entre Deus e o seu povo Israel. Na realidade, Deus mostra-Se sempre rico de misericórdia, pronto em qualquer circunstância a derramar sobre o seu povo uma ternura e uma compaixão viscerais, sobretudo nos momentos mais dramáticos quando a infidelidade quebra o vínculo do Pacto e se requer que a aliança seja ratificada de maneira mais estável na justiça e na verdade. Encontramo-nos aqui perante um verdadeiro e próprio drama de amor, no qual Deus desempenha o papel de pai e marido traído, enquanto Israel desempenha o de filho/filha e esposa infiéis. São precisamente as imagens familiares – como no caso de Oseias (cf. Os 1-2) – que melhor exprimem até que ponto Deus quer ligar-Se ao seu povo”.
E tudo se resume e engloba na Encarnação do Verbo: “Este drama de amor alcança o seu ápice no Filho feito homem. N’Ele, Deus derrama a sua misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a Misericórdia encarnada. Na realidade, Jesus de Nazaré enquanto homem é, para todos os efeitos, filho de Israel. E é-o ao ponto de encarnar aquela escuta perfeita de Deus que se exige a cada judeu pelo Shemà, fulcro ainda hoje da aliança de Deus com Israel: ‘Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único! Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças’ (Dt 6, 4-5)”.
“Portanto a Quaresma deste Ano Jubilar é um tempo favorável para todos poderem, finalmente, sair da própria alienação existencial, graças à escuta da Palavra e às obras de misericórdia. Se, por meio das obras corporais, tocamos a carne de Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de ser nutridos, vestidos, alojados, visitados, as obras espirituais tocam mais diretamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar...”

Dom Fernando Arêas Rifan*
*Bispo da Administração Apostólica São João Maria Vianney

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

HINO EM LOUVOR A NOSSA SENHORA DE GUADALUPE


(Ir.Mirian T. Kolling/Pe.Lucio Floro) 

1: Maria, Mãe Esperança / Do simples como uma Criança / Do Pobre, sem vez nem voz / Vosso Sorriso Materno / É flor brotando no inverno / De quem sofre, clama a Vós. 

REFRÃO: Em Guadalupe a Juanito Pedis um templo bonito,  /Pra receber quem sofria / Agora esta igreja é vossa: / Ó vinde Senhora nossa, / Ser mãe da gente oh, Maria. (Bis) 

2. De tanto olhar o oprimido,/ De tanto ouvir o gemido / Das dores que o índio tem, / Ficastes, doce Senhora, / Com jeito e traços, agora, / De um indígena também. REFRÃO

3. Ó Mãe de rosto moreno, /  Ó Virgem, Mãe do pequeno, / Que aqui vem buscar a luz, / Dizei-lhe toda a verdade: / – Que a vossa felicidade / Sempre foi amar Jesus! REFRÃO

4. Gravais com flores no manto / A vossa imagem que tanto / Queremos gravada em nós / Por isso clama este povo: / “- Rainha do Mundo Novo, / Ó fazei-nos como Vós!” REFRÃO:

5. Já tendo o templo pedido, / Ó Mãe prestai bem ouvido / Ao que vamos implorar: / “-Olhando as casas da gente, / Fazei Deus ver, Mãe clemente, / Uma igreja em cada lar!” REFRÃO:

domingo, 7 de fevereiro de 2016

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE GUADALUPE Alto Boa Vista – Ilhéus



PADROEIRA TITULAR: Nossa Senhora de Guadalupe 

DATA DA FUNDAÇÃO DA PARÓQUIA: 16 de dezembro de 2003

LIMITES: a) Norte – Paróquia Santa Rita de Cássia, Conquista
b) Sul – Paróquia São Jorge, Centro
c) Oeste – Paróquia Nossa Senhora Aparecida, Malhado
d ) Leste – Oceano Atlântico  

COMUNIDADES (Urbanas)
Comunidade Nossa Senhora de Fátima, Cidade Nova  

RELAÇÃO DOS PADRES QUE SERVIRAM À COMUNIDADE ANTES DE SER PARÓQUIA Padre Alberto Krushevisk e Dom Tepe - 1981 à 1993
Padre Bené - 1993 à 1995
Padre Evandro - 1995 à 1996
Padre Amário - 1996 à 1997
Padre Adauto - 1997 à 1998
Padre Gilberto Antônio dos Reis - Padre Gil - 1998 à 2000
Pe. Xavier - 2001 a 2003

RELAÇÃO DOS PADRES APÓS SER PARÓQUIA
Padre Edvaldo Oliveira - 2003 à 2005
Padre Juarez - 2002 à 2007
Padre Gilberto Antônio dos Reis (Padre Gil) -2007 - 2014
Padre João Oiticica - 2014

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Que a quaresma seja uma oportunidade de conversão.

 
“Especialmente para os ricos, soberbos e poderosos”

Na mensagem de 2016 o Papa espera que a quaresma seja um tempo favorável para sair da própria alienação existencial e realizar obras de misericórdia corporais e espirituais

É uma grande oração a Mensagem do Papa Francisco para a Quaresma de 2016, publicada hoje (26.01), mas assinada no dia 4 de outubro de 2015, festa de São Francisco de Assis. Uma oração que o Papa dirige a Deus pelo pobre, no qual “a carne de Cristo se torna de novo visível como corpo golpeado, ferido, chicoteado, faminto, em fuga…”. Mas também uma oração pelo rico, pelo poderoso, pelo soberbo, que, cego pelo poder, vive “escravo do pecado” e fechado hermeticamente a Deus correndo o risco de “afundar naquele eterno abismo de solidão que é o inferno”.

Para todos o Papa invoca a misericórdia de Deus. “Misericórdia eu quero, e não sacrifícios” (Mt 9, 13). As obras de misericórdia no caminho jubilar é, de fato, o tema da Mensagem. “A misericórdia de Deus – escreve, de fato – transforma o coração do homem e lhe faz experimentar um amor fiel e assim o torna capaz de misericórdia no seu entorno”.

“É um milagre sempre novo” que o Santo Padre espera que também aconteça durante este jubileu e que possa “irradiar na vida de cada um de nós, motivando-nos ao amor do próximo e animando aquelas que a tradição da Igreja chama de obras de misericórdia corporais e espirituais”.

Elas – explica Bergoglio – “nos lembram que a nossa fé se traduz em ações concretas diárias, destinadas a ajudar o nosso próximo no corpo e no espírito e sobre as quais seremos julgados: alimentá-lo, visita-lo, consola-lo, educa-lo”. Especialmente “quando o pobre é o irmão ou a irmã em Cristo que sofrem por causa da sua fé”.

Na verdade, há um pobre – destaca o Pontífice – que é ainda “mais miserável”: é “aquele que não aceita reconhecer-se como tal”, que “acredita que é rico, mas que, na verdade, é o mais pobre dos pobres”. Ele “é assim por ser escravo do pecado, que o leva a utilizar riqueza e poder não para servir a Deus e os outros, mas para sufocar em si a profunda consciência de ser, também ele, nada mais do que um pobre mendicante”.

“Quanto maior o poder e a riqueza à sua disposição, maior pode se tornar esta cegueira mentirosa”, afirma o Pontífice, chegando ao ponto de não querer nem sequer ver o pobre mendicante na porta da sua casa. “Esta cegueira – adverte – é acompanhada por um soberbo delírio de onipotência, na qual ressoa sinistramente aquele demoníaco ‘sereis como Deus’ que é a raiz de todo pecado”.

Tal frenesi corre o risco de expandir-se e poluir o meio ambiente, assumindo também formas sociais e políticas. Isso foi demonstrado pelos totalitarismos do século XX e é demonstrado hoje pelas “ideologias do pensamento único e da tecnosciência, que pretendem tornar a Deus irrelevante e de reduzir o homem a massa instrumentalizável”. Também pode ser demonstrado pelas “estruturas de pecado ligadas a um modelo de falso desenvolvimento baseado na idolatria do dinheiro, que fazem as pessoas e as sociedades mais ricas indiferentes ao destino dos pobres, que lhes fecham as portas, rejeitando, até mesmo, de vê-los”.

É neste cenário instável que chega a Quaresma, um “tempo favorável”, especialmente neste Ano Jubilar, “para poder finalmente sair da própria alienação existencial graças à escuta da Palavra e às obras de misericórdia”, destaca o Papa. “Se através daquelas corporais – reitera – tocamos a carne do Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de serem alimentados, vestidos, abrigados, aquelas espirituais – aconselhar, ensinar, perdoar, corrigir, orar – tocam mais diretamente o nosso ser pecadores”.

Por isso obras corporais e espirituais “nunca se separam”. “É justamente tocando na miserável carne de Jesus crucificado que o pecador pode receber o dom da consciência de ser ele mesmo um pobre mendigo”, afirma o Santo Padre. E garante que, através deste caminho, também os ‘soberbos’, os ‘poderosos’ e os ‘ricos’ “têm a possibilidade de dar-se conta de serem imerecidamente amados pelo Crucificado, morto e ressuscitado também por eles”.

Só neste amor “está a resposta a esse anseio de felicidade e de amor infinitos que o homem se ilude de poder preencher por meio dos ídolos do conhecimento, do poder e do possuir”. Mas – adverte Francisco – “fica sempre o perigo que, por causa de um sempre maior fechamento a Cristo, que no pobre continua a bater na porta dos seus corações, os soberbos, os ricos e os poderosos terminem se condenando a cair naquele eterno abismo de solidão que é o inferno”.

Para todos estes, então, ressoem as sinceras palavras de Abraão: “Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos”: “Esta escuta diligente – deseja o Papa – nos preparará da melhor forma para comemorar a definitiva vitória sobre o pecado e a morte do Esposo já ressuscitado”. A este respeito, o Pontífice recorda a iniciativa 24 horas para o Senhor, através da qual se quer destacar “a primazia da escuta orante da Palavra, especialmente aquela profética”.

“A misericórdia de Deus é, de fato, um anúncio ao mundo: mas de tal anúncio cada cristão é chamado a fazer experiência em primeira pessoa”, acrescenta; justo por isso no tempo quaresmal serão enviados os Missionários da Misericórdia, “para que sejam para todos um sinal concreto da proximidade e do perdão de Deus”.

A última reflexão do Papa é sobre a Virgem Maria, “ícone perfeito da Igreja que evangeliza porque foi e é continuamente evangelizada por obra do Espírito Santo”. O Pontífice pede a sua materna intercessão: Ela “que em primeiro lugar, diante da grandeza da misericórdia divina que lhe foi dada gratuitamente, reconheceu a própria pequenez, reconhecendo-se como a humilde serva do Senhor”. Com este exemplo, o convite do Papa Francisco é, portanto: “Não percamos este tempo de Quaresma favorável à conversão!”.

Mensagem do Santo Padre Francisco para a Quaresma 2016


 
“Prefiro a misericórdia ao sacrifício” (Mt 9, 13).

As obras de misericórdia no caminho jubilar”


1. Maria, ícone duma Igreja que evangeliza porque evangelizada
Na Bula de proclamação do Jubileu, fiz o convite para que «a Quaresma deste Ano Jubilar seja vivida mais intensamente como tempo forte para celebrar e experimentar a misericórdia de Deus» (Misericordiӕ Vultus, 17). Com o apelo à escuta da Palavra de Deus e à iniciativa «24 horas para o Senhor», quis sublinhar a primazia da escuta orante da Palavra, especialmente a palavra profética. Com efeito, a misericórdia de Deus é um anúncio ao mundo; mas cada cristão é chamado a fazer pessoalmente experiência de tal anúncio. Por isso, no tempo da Quaresma, enviarei os Missionários da Misericórdia a fim de serem, para todos, um sinal concreto da proximidade e do perdão de Deus.

Maria, por ter acolhido a Boa Notícia que Lhe fora dada pelo arcanjo Gabriel, canta profeticamente, no Magnificat, a misericórdia com que Deus a predestinou. Deste modo a Virgem de Nazaré, prometida esposa de José, torna-se o ícone perfeito da Igreja que evangeliza porque foi e continua a ser evangelizada por obra do Espírito Santo, que fecundou o seu ventre virginal. Com efeito, na tradição profética, a misericórdia aparece estreitamente ligada – mesmo etimologicamente – com as vísceras maternas (rahamim) e com uma bondade generosa, fiel e compassiva (hesed) que se vive no âmbito das relações conjugais e parentais.

2. A aliança de Deus com os homens: uma história de misericórdia 
O mistério da misericórdia divina desvenda-se no decurso da história da aliança entre Deus e o seu povo Israel. Na realidade, Deus mostra-Se sempre rico de misericórdia, pronto em qualquer circunstância a derramar sobre o seu povo uma ternura e uma compaixão viscerais, sobretudo nos momentos mais dramáticos quando a infidelidade quebra o vínculo do Pacto e se requer que a aliança seja ratificada de maneira mais estável na justiça e na verdade. Encontramo-nos aqui perante um verdadeiro e próprio drama de amor, no qual Deus desempenha o papel de pai e marido traído, enquanto Israel desempenha o de filho/filha e esposa infiéis. São precisamente as imagens familiares – como no caso de Oseias (cf. Os 1-2) – que melhor exprimem até que ponto Deus quer ligar-Se ao seu povo.

Este drama de amor alcança o seu ápice no Filho feito homem. N’Ele, Deus derrama a sua misericórdia sem limites até ao ponto de fazer d’Ele a Misericórdia encarnada (cf. Misericordiӕ Vultus, 8). Na realidade, Jesus de Nazaré enquanto homem é, para todos os efeitos, filho de Israel. E é-o ao ponto de encarnar aquela escuta perfeita de Deus que se exige a cada judeu pelo Shemà, fulcro ainda hoje da aliança de Deus com Israel: «Escuta, Israel! O Senhor é nosso Deus; o Senhor é único! Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças» (Dt 6, 4-5). O Filho de Deus é o Esposo que tudo faz para ganhar o amor da sua Esposa, à qual O liga o seu amor incondicional que se torna visível nas núpcias eternas com ela.

Este é o coração pulsante do querigma apostólico, no qual ocupa um lugar central e fundamental a misericórdia divina. Nele sobressai «a beleza do amor salvífico de Deus manifestado em Jesus Cristo morto e ressuscitado» (Evangelii gaudium, 36), aquele primeiro anúncio que «sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, duma forma ou doutra, durante a catequese» (Ibid., 164). Então a Misericórdia «exprime o comportamento de Deus para com o pecador, oferecendo-lhe uma nova possibilidade de se arrepender, converter e acreditar» (Misericordiӕ Vultus, 21), restabelecendo precisamente assim a relação com Ele. E, em Jesus crucificado, Deus chega ao ponto de querer alcançar o pecador no seu afastamento mais extremo, precisamente lá onde ele se perdeu e afastou d’Ele. E faz isto na esperança de assim poder finalmente comover o coração endurecido da sua Esposa.

3. As obras de misericórdia 
A misericórdia de Deus transforma o coração do homem e faz-lhe experimentar um amor fiel, tornando-o assim, por sua vez, capaz de misericórdia. É um milagre sempre novo que a misericórdia divina possa irradiar-se na vida de cada um de nós, estimulando-nos ao amor do próximo e animando aquilo que a tradição da Igreja chama as obras de misericórdia corporal e espiritual. Estas recordam-nos que a nossa fé se traduz em atos concretos e quotidianos, destinados a ajudar o nosso próximo no corpo e no espírito e sobre os quais havemos de ser julgados: alimentá-lo, visitá-lo, confortá-lo, educá-lo. Por isso, expressei o desejo de que «o povo cristão reflita, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual. Será uma maneira de acordar a nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do Evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina» (Ibid., 15). Realmente, no pobre, a carne de Cristo «torna-se de novo visível como corpo martirizado, chagado, flagelado, desnutrido, em fuga… a fim de ser reconhecido, tocado e assistido cuidadosamente por nós» (Ibid., 15). É o mistério inaudito e escandaloso do prolongamento na história do sofrimento do Cordeiro Inocente, sarça ardente de amor gratuito na presença da qual podemos apenas, como Moisés, tirar as sandálias (cf. Ex 3, 5); e mais ainda, quando o pobre é o irmão ou a irmã em Cristo que sofre por causa da sua fé.

Diante deste amor forte como a morte (cf. Ct 8, 6), fica patente como o pobre mais miserável seja aquele que não aceita reconhecer-se como tal. Pensa que é rico, mas na realidade é o mais pobre dos pobres. E isto porque é escravo do pecado, que o leva a utilizar riqueza e poder, não para servir a Deus e aos outros, mas para sufocar em si mesmo a consciência profunda de ser, ele também, nada mais que um pobre mendigo. E quanto maior for o poder e a riqueza à sua disposição, tanto maior pode tornar-se esta cegueira mentirosa. Chega ao ponto de não querer ver sequer o pobre Lázaro que mendiga à porta da sua casa (cf. Lc 16, 20-21), sendo este figura de Cristo que, nos pobres, mendiga a nossa conversão. Lázaro é a possibilidade de conversão que Deus nos oferece e talvez não vejamos. E esta cegueira está acompanhada por um soberbo delírio de omnipotência, no qual ressoa sinistramente aquele demoníaco «sereis como Deus» (Gn 3, 5) que é a raiz de qualquer pecado. Tal delírio pode assumir também formas sociais e políticas, como mostraram os totalitarismos do século XX e mostram hoje as ideologias do pensamento único e da tecnociência que pretendem tornar Deus irrelevante e reduzir o homem a massa possível de instrumentalizar. E podem atualmente mostrá-lo também as estruturas de pecado ligadas a um modelo de falso desenvolvimento fundado na idolatria do dinheiro, que torna indiferentes ao destino dos pobres as pessoas e as sociedades mais ricas, que lhes fecham as portas recusando-se até mesmo a vê-los.

Portanto a Quaresma deste Ano Jubilar é um tempo favorável para todos poderem, finalmente, sair da própria alienação existencial, graças à escuta da Palavra e às obras de misericórdia. Se, por meio das obras corporais, tocamos a carne de Cristo nos irmãos e irmãs necessitados de ser nutridos, vestidos, alojados, visitados, as obras espirituais tocam mais diretamente o nosso ser de pecadores: aconselhar, ensinar, perdoar, admoestar, rezar. Por isso, as obras corporais e as espirituais nunca devem ser separadas. Com efeito, é precisamente tocando, no miserável, a carne de Jesus crucificado que o pecador pode receber, em dom, a consciência de ser ele próprio um pobre mendigo. Por esta estrada, também os «soberbos», os «poderosos» e os «ricos», de que fala o Magnificat, têm a possibilidade de aperceber-se que são, imerecidamente, amados pelo Crucificado, morto e ressuscitado também por eles. Somente neste amor temos a resposta àquela sede de felicidade e amor infinitos que o homem se ilude de poder colmar mediante os ídolos do saber, do poder e do possuir. Mas permanece sempre o perigo de que os soberbos, os ricos e os poderosos – por causa de um fechamento cada vez mais hermético a Cristo, que, no pobre, continua a bater à porta do seu coração – acabem por se condenar precipitando-se eles mesmos naquele abismo eterno de solidão que é o inferno. Por isso, eis que ressoam de novo para eles, como para todos nós, as palavras veementes de Abraão: «Têm Moisés e o Profetas; que os ouçam!» (Lc 16, 29). Esta escuta ativa preparar-nos-á da melhor maneira para festejar a vitória definitiva sobre o pecado e a morte conquistada pelo Esposo já ressuscitado, que deseja purificar a sua prometida Esposa, na expectativa da sua vinda.

Não percamos este tempo de Quaresma favorável à conversão! Pedimo-lo pela intercessão materna da Virgem Maria, a primeira que, diante da grandeza da misericórdia divina que Lhe foi concedida gratuitamente, reconheceu a sua pequenez (cf. Lc 1, 48), confessando-Se a humilde serva do Senhor (cf. Lc 1, 38).
Vaticano, 4 de Outubro de 2015

Festa de S. Francisco de Assis

Francisco

Camapanha da Fraternidade Ecumênica 2016

 
Está à venda nas livrarias católicas e evangélicas os materiais da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016. O Tema da Campanha: “Casa comum, nossa responsabilidade” e o lema: “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca” (Am 5, 24). O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) é responsável pela CF 2016.
O CONIC é composto pelas seguintes igrejas: A Igreja Católica Apostólica Romana; A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil; A Igreja Episcopal Anglicana do Brasil; A Igreja  Presbiteriana Unida do Brasil; e A Igreja Sirian Ortodoxo de Antioquia. Além dessas Igrejas três organizações participaram na Comissão da Campanha da Fraternidade Ecumênica 2016: O Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular (CESEEP), Visão Mundial, Aliança de Batistas do Brasil.
As Igrejas que integram o CONIC assumem como missão expressar em gestos e ações o mandato evangélico da unidade, que diz: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em Ti; que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste”(Jo 17,21). Seria importante mencionar também a contribuição da Misereor dos católicos da Alemanha para a CF 2016, que desde uma perspectiva de fé, significa também assumir a responsabilidade comum pelo futuro da Terra.
Entre várias importantes fontes  que marcaram o  ano 2015 preocupadas com as mudanças climáticas precisamos mencionar duas: “Peregrinação por justiça e paz”  do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) que destaca a necessidade urgente da superação desse modelo de desenvolvimento que está baseado no consumo e na ganância; e a Encíclica do Papa Francisco Laudato Sí sobre o cuidado da Casa Comum. O Objetivo Geral da Campanha é: “Assegurar o direito ao saneamento básico para todas as pessoas e empenharmo-nos, à luz da fé, por políticas públicas e atitudes responsáveis que garantam a integridade e o futuro de nossa Casa Comum”.
 
Os oito Objetivos Específicos da CF mostram a preocupação com o saneamento básico no Brasil:
a) Unir Igrejas, diferentes expressões religiosas e pessoas de boa vontade na promoção da justiça e do direito ao saneamento básico;
b) Estimular o conhecimento da realidade local em relação aos serviços de saneamento básico;
c) Incentivar o consumo responsável dos dons da natureza, principalmente da água;
d) Apoiar e incentivar os municípios para que elaborem e executem o seu Plano de Saneamento Básico;
e) Acompanhar a elaboração e a excussão dos Planos Municipais de Saneamento Básico;
f) Desenvolver a consciência de que políticas públicas na área de saneamento básico apenas tornar-se-ão realidade pelo trabalho e esforço conjunto;
g) Denunciar a privatização dos serviços de saneamento básico, pois eles devem ser política pública como obrigação do Estado;
h) Desenvolver a compreensão da relação entre ecumenismo, fidelidade à proposta cristã e envolvimento com as necessidades humanas básicas.
De fato, as noventa páginas do texto-Base da CF 2016 são realmente uma enciclopédia sobre saneamento básico.
 
Pe. Dr. Brendan Coleman Mc Donald
Redentorista e Assessor da CNBB Reg. NE1