Ez 34,
11-12.15-17
1 Cor 15,
20-26.28
Mt 25, 31-46
Muitos pensam de modo diferente, sentem de modo
diferente. Procuram Deus ou encontram Deus de muitos modos. Nesta multidão,
nesta variedade de religiões, só há uma certeza que temos para todos: somos
todos filhos de Deus. Que o diálogo sincero entre homens e mulheres de
diferentes religiões produza frutos de paz e de justiça.
(Papa Francisco, 2016)
Não temos um só Pai? Não nos criou um mesmo Deus?
Por que trabalhamos tão perfidamente uns contra os outros?
(Ml 2, 10)
ESCUTAR
Assim diz o Senhor Deus: “Vede! Eu mesmo vou
procurar minhas ovelhas e tomar conta delas” (Ez 34, 11).
Em Cristo todos reviverão (1 Cor 15, 22).
“Todos os povos da terra serão reunidos diante
dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos
cabritos” (Mt 25, 32).
MEDITAR
Em 1935, Hitler havia dito que “se a guerra viesse,
ele englobaria e resolveria a questão da eutanásia, porque era mais fácil
fazê-lo em tempo de guerra”. O decreto foi cumprido imediatamente no que dizia
respeito aos doentes mentais e, entre dezembro de 1939 e agosto de 1941, cerca
de 50 mil alemães foram mortos com monóxido de carbono em instituições cujas
salas de execução eram disfarçadas exatamente como seriam depois em Auschwitz –
como salas de duchas e banhos... Os homens que haviam sido empregados no
programa de eutanásia na Alemanha foram então mandados para o Leste para
construir as novas instalações para o extermínio de todo um povo” (Hannah
Arendt).
ORAR
Os textos deste
domingo encerram o ano litúrgico e nos fazem refletir sobre o julgamento
derradeiro. O profeta nos faz saber que este não será uma anistia ampla, geral
e irrestrita, pois o amar do Senhor é fazer justiça e tomar partido pelos
menores entre os menores. A comunidade de Mateus revela que o Filho do Homem é
Jesus, o Crucificado, e seu poder é o Reino do Amor que renuncia a si mesmo
para construir a fraternidade entre homens e pecadores.
É este Jesus cheio de “sabedoria, glória e realeza”
que recebe do Pai o poder de julgar. O Evangelho nos faz saber que o único
critério para o julgamento derradeiro, e que diz respeito a todas as nações da
terra, é o amor aos menores, aos considerados insignificantes. Devemos atender
à oração de São João Crisóstomo: “Rende-te ao meu modesto pedido: não peço nada
que te custe; somente pão, teto e algumas palavras de consolo”. Todas as nossas
“celebrações” serão abominadas pelo Senhor se não forem celebrações do
testemunho efetivo da comunidade para com os irmãos menores entre nós.
O Ressuscitado, como um mendigo, bate à nossa porta
e nos pede sempre, com a mão estendida, alguma coisa. Ele quer ser alimentado
por nós, pois Ele quer ser o nosso devedor. Porque nos ama, Ele quer sempre
estar sentado em nossa mesa, entre amigos, e proclamar ao mundo que a
fraternidade é possível e não é um mero sonho ou quimera. O Ressuscitado quer
se apresentar ao mundo como
Alguém a quem alimentamos, damos de beber,
acolhemos, vestimos, visitamos na prisão, nos hospícios e nos hospitais. A
grande revelação do Evangelho é que seremos julgados pelo que não fizemos: “Em
verdade eu vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos,
foi a mim que não o fizeste”. Ainda é tempo de amar, de praticar o amor, pois
ninguém sabe nem o dia e nem a hora derradeiros. E praticar este amor é seguir
à risca o roteiro traçado pelo profeta que nos garante como prêmio a Coroa da
Vida: “
O jejum que eu prefiro é este: acabar com a
injustiça qual corrente que se arrebenta; acabar com a opressão qual canga que
se solta; deixar livre os oprimidos, acabar com toda espécie de imposição e
jamais te esconder do pobre do teu irmão. Aí, então, qual novo amanhecer, vai
brilhar a tua luz e tuas feridas hão de sarar rapidamente. Teus atos de justiça
irão à tua frente e a glória do Senhor te seguirá. E quando o invocares, o
Senhor te atenderá e ao clamares, Ele responderá: Aqui Estou!” (Is 58, 6-9).
FONTE: Blog do Matersol
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